brumas

Um sopro e em segundos a rouquidão... Um beijo no pescoço do arcanjo e o peito flamejou... Três orquídeas à porta. Os lábios de uma velha. Requintada maresia que deita os braços na cabeçeira. Imundices dormem ao teu ombro... mas não te pesam... e mesmo que pesassem merda. A palavra envenenada sabe melhor...convém melhor... e a túlipa da manhã esbota-se no esmorecer das coisas... Boring... que vida esta. Se és puta fodes-te...se não és puta fodes-te na mesma... Ai...preciso de cinema...pátio e cantigas... Vinho e matinés cinzentas, guardanapos cor-de

As nossas sombras não são menos reais que nós…Eu aguardo. Todos aguardamos pacientemente o momento como quem desespera pela boleia nocturna até ao conforto do lar...Sei que cedo não virás… mas quero-te… sei que não queres… mas ainda te espero… Licor vadio que enche as nossas células! O vazio guarda-me um infinito… Como um tráfico de memórias… Lembranças perpétuas. Lembranças perpétuas que se escondem na segunda gaveta do armário esquerdo da sala. Todos temos um armário. Um armário despercebido. Todos temos uma gaveta. Todos

Na dissolução dos movimentos exibe-se a substância mórbida… Como que uma nebulosa no ventre dos desmedidos… Esventra-se o som e o momento bloqueia no infinito… E todo o nosso redor se expande pelo corpo, Indissolúvel da pele, indissolúvel do dissabor… Morreu mais uma hora no parapeito da janela. Vão caindo...aos pares… escorregam-se-nos das mãos, como o suor de todas as coisas. E o dia nasce… e não sabemos o que fazer com ele… Suplicamos para que não nasça… mas a madrugada também cansa o olhar… A brisa fosca esbate-se no esplen